terça-feira, 14 de junho de 2011

Inferno Sentido!

Hoje estava eu descansado, na sala de aula, quando uma dor no peito me fez curvar, me fez dobrar, me fez cambalear. Só eu a senti, mais ninguém viu. Queria tanto, apeteceu-me tanto fechar a luz naquele momento, clicar no interruptor e ficar tudo escuro, mas não tive coragem, tive medo… Tive como quem tenho medo, muito medo mesmo, sinto tanto medo. Mas de quem? Do quê? Do meu patrão? Com ele sei eu lidar bem. Dos meus pais? Com eles eu já falei… Dos meus amigos? Não, nem pensar! Então, de que tenho eu medo?
Será que é de me deixar levar? Será que é de olhar nos olhos da verdade? Será que é de tu te puderes deixar levar? Será que é de olhar nos olhos da realidade? De querer e não puder? Ou, de conseguir e não merecer?
Humm… acho que já sei… Sim, tenho quase a certeza. Tenho medo é do escuro que vem quando carrego no interruptor, quando o desejo e ambiciono, só fico triste por querê-lo, fico indiferente por finalmente tê-lo. Mas mesmo assim tenho medo… Tenho medo porque ainda ontem lá estive, em baixo, a bater à porta. Os senhores do Inferno é que não me deixaram entrar! E hoje, vejo-me a mim próprio a descer até lá abaixo outra vez, e a única coisa que tenho para prová-lo é esta recordação que trouxe comigo para cima da última vez. É esta dor que trago trancada dentro do peito, mas que mesmo assim ninguém consegue ver.
Quando lá cheguei acima, ontem, à tardinha, ainda estive à espera de alguém que conhecesse. Mas não apareceu ninguém. Eu bem que ainda chamei, mas não apareceu ninguém. E como não apareceu ninguém, para que pudesse contar o que tinha visto e onde tinha estado, segui sozinho para casa. Hoje, quando cheguei à escola notei que ninguém tinha dado pela minha falta. Sentei-me, preparei-me, e comecei a tirar apontamentos... mas quando já estava embalado e preparado para seguir a aula, fiquei surpreso quando voltei a descer, a cair, até lá abaixo…