
Chamou-se (ou queria-se chamar) de contrato à fachada mal-amada. Não falo por mim, nem pelas minhas palavras, pelos meus gestos, por nada. Verbalizo com os dedos e com as mãos, pelo menos tento, não sei bem como. Eu queria tanto dormir, mas ele nem por isso. Recostei-me, debrucei-me sem crer, ia quase caindo, quase que cai, mas será que não cai? Ecoou um som, um murmúrio, oh sim… era único, breve, e fácil de perceber! Ouvi um esbarrar, lá no fundo, lá em baixo, morreu qualquer coisa, mas não sei que coisa foi. Disse-lhe, calmamente, assim: “Ouves os teus a chamar? Sentes-me a pedir? Ouves quem se perdeu suplicar? Sentes o golpe a abrir?” Ele, somente me respondeu assim: “Eu ouço, mas não sinto nada…”.
Mais uma vez, como tantas vezes fui o desgraçado e foi o agouro. Tantas vezes fui lá deixado e lá fiquei, desmedido e ignorado. Traído… perdoado? Talvez nem tanto… Mas quando voltei a acordar estranhei, voltei-me para o outro lado, sorri, e adormeci...
*Está fechada a porta, oficialmente, por minha conta*
Cada vez melhores, sem dúvida :)
ResponderEliminarAdorei este!
ESPECTACULAR!!! +.+
ResponderEliminare excelente escolha musical !
ResponderEliminarmuito obrigada pelo teu apoio :) mas eu continuo a achar que tu é que tens o dom das palavras, consegues escrever textos espectaculares exprimindo emoções que muitas vezes são difíceis de exprimir. Eu digo o mesmo em relação aos teus textos, e tenho a certeza que um dia vais ser um escritor famoso, e eu uma das maiores fãs :D
ResponderEliminare este texto, como sempre, está divino *.*
bom, a impressão que fiquei do texto está um pouco longe da que me explicaste x)
ResponderEliminarnao consegui decifrar muitas das coisas implicitas, mas está muito bom adorei :p
Com um simples texto fizeste-me lembrar uma das muitas situações em divaguei perdida no sono.
ResponderEliminarAcabar de acordar a meio de um sonho do qual mal me lembro, ficar com aquela sensação de corpo morto e só me apetecer voltar a adormecer par descobrir afinal que sonho foi aquele?
Se não adormeço, fico a sensação de que, por momentos, abandonei o meu próprio corpo e não sinto nada a não ser um peso enorme, o meu próprio peso. Sinto que estou a cair, mas é apenas uma ilusão, apesar de sentir um choque quando volto à realidade.
É nesses momentos que divago pelo pensamento, fazendo perguntas aparentemente sem sentido e respondendo a mim mesma como se de outra pessoa se tratasse.
No fim, apercebo-me do que se passou e riu de mim própria, dos disparates muitas vezes acertados que disse e volto a adormecer quase sem dar por isso.
Obrigada por mais um texto inspirador :)
“Eu ouço, mas não sinto nada…”
ResponderEliminarExcêntrico, diferente...