Por cada passo que dou, ouço atentamente o ecoar estrondoso do ruído que se faz sentir, e ao olhar em meu redor, sinto falta da palavra que nunca mais chega. Ainda no chão se vêem arrastadas as pegadas que se foram embora por vontade. Avanço num trilho solitário, tal como nómadas atravessam o deserto, onde tudo é sempre igual. O final é mudo, o caminho mal formado, e por um esforço tolerante, algum homónimo de qualquer semelhança deve ser sempre encontrado. Solto uma lágrima, que ninguém consegue ver. Talvez o contrário também seja plausível, talvez rodeado por milhares de pessoas me sinta sozinho. Quem sabe? Quem pergunta? À noite, um sussurro de outro equivalente acalma-me os nervos, no entanto, é a demência da mente a fazer efeito. As tempestades de areia causam-me cegueira da vontade de ver. O teu toque quente na minha pele, debaixo de uma noite fria ao luar, faz-me lembrar tudo aquilo que perdi. Dá-me a mão e livra-me de tal inconsistência. E só por cada momento que fiquei à espera, e que não mereci nada em troca, faz-me ter a certeza que também nunca o mereceste. Rebaixado para o canto da sala tenho a certeza que sou, forcado pelas tuas próprias mãos! E, para ajudar ao sentimento, a falha geral de todas as emoções é incontrolável: os meus olhos e membros são queimados pela complexidade desse acto tão cruel e egoísta. Dissolve-se a vista medrosa que escorre por entre os dedos da minha mão. “Não tenho medo da imensidão estéril, pois eu também sou o escuro da noite".
terça-feira, 28 de setembro de 2010
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Longe!

terça-feira, 14 de setembro de 2010
Mais uma prega...

sexta-feira, 10 de setembro de 2010
O começo!

Espero que tenham gostado.
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